Remake Your Mind

Faz um tempinho que eu consegui o “novo” filme das Tartarugas Ninja, no original Tennage Mutant Ninja Turtles, mas ainda não o tinha visto. Engraçado, pois o desenho clássico dos anos 80, exibido aqui no Brasil nos 90, teve uma forte influência na minha infância e na da maioria das pessoas da minha idade. Recentemente eu comecei a ler a HQ que deu origem a toda a franquia, criação de Kevin Eastman e Peter Laird, e ela me despertou a curiosidade de ver o filme.

Eu sempre tive vontade de ler os trabalhos de Eastman e Laird envolvendo as tartarugas mais famosas do mundo, mas era muito difícil encontrar as revistas antigas. Sempre havia lido e ouvido falar que elas eram mais sombrias e sérias em comparação ao desenho, coisa que eu não estranhava conhecendo a mentalidade da maior parte do povo ocidental com relação a animações. Atualmente, graças a Devir, eu tive acesso a essa obra e concordo com tudo o que eu já tinha ouvido falar. As tartarugas podem não ter continuado iguais ao que eram nas suas origens, mas mudando e se adaptando invadiram diversas mídias. Entre elas desenhos animados, filmes e até um seriado.

A verdade é, que apesar de essa ultima serie animada ser mais embasada nos quadrinhos, os desenhos foram “infantilizados” de certa forma. Não que seja impossível se distrair vendo-os, mas não se pode esperar nada alem do que “passar o tempo” assistindo-os. Os três primeiros filmes seguiram as personalidades das tartarugas do desenho dos anos 80. Quem nunca viu algum deles na sessão da tarde? O engraçado é que as tartarugas são até meio baixas, mas como eram atores fantasiados eles ficavam maiores do que as pessoas “normais”. Com relação aos roteiros, todos eles foram bem escritos, sendo o terceiro o mais fraco. O primeiro e o terceiro trazem até a presença de Casey Jones, o justiceiro amigo de Raphael.

O quarto filme, As Tartarugas Ninja – O Retorno (TNMT) – 2007, foi feito em CG. Apesar de mais trabalhoso isso trouxe muitas vantagens para se trabalhar com um universo fantástico como o de TMNT. Uma delas foi à liberdade em utilizar monstros e outros tipos de criaturas que dariam um pouco mais de trabalho em um Live Action. TMNT resgata um pouco do ar “dark” dos quadrinhos e trás de volta alguns traços das personalidades “diluídas”, por assim dizer, nas outras obras. Destaque para o gênio forte do Raphael, que rouba completamente a atenção do espectador para o personagem. Os cenários em geral são escuros e grande parte do filme se passa à noite, o que faz todo o sentido já que é a hora em que as tartarugas podem sair do esgoto com maior liberdade. Algumas coisas herdadas dos desenhos continuam no filme, como uma pequena cena em que eles comem pizza. Acho que é impossível negar que aquilo que impulsionou as tartarugas para o mundo, ou seja, o desenho, também merecesse uma homenagem.

No elenco se encontram grandes nomes como Sarah Michelle Gellar (Buffy, Eu Sei o Que Vocês Fizeram no Verão Passado, Segundas Intenções, O Grito...), Patrick Stewart (o professor Xavier da trilogia X-men), o falecido Mako (Conan, Memórias de uma Geisha, Pearl Harbor...) e Chris Evans (Quarteto Fantástico) entre outros. A apresentação do filme é muito boa e empolgante, o resto do filme não fica para trás. Vale a pena ser conferido, não apenas por fãs das tartarugas, mas por qualquer um que curta um bom filme.

Ontem, 13 de Fevereiro de 2009, quase 29 anos depois do primeiro “Friday the 13th (Sexta-Feira 13) - 1980” ser lançado, eu fui ao cinema ver o que chamavam de “remake” desse clássico do terror. Desde que eu li a notícia de tal projeto eu me interessei em acompanhar as novidades até o dia em que eu vi uma nota do diretor, Marcus Nispel, sobre o que haveria de novo no filme. Ele dizia que Jason ia correr nesse novo filme, a primeira coisa que veio a minha cabeça foi “que merda” (desculpem a expressão chula, mas foi o que me veio à mente). As cenas mais clássicas desses filmes são as perseguições, ele andando vagarosamente e aparecendo atrás das vítimas em um corte de imagem. Ainda assim eu achei que como fã da série eu deveria ver esse filme no cinema e a minha maior inocência foi achar que o que estragaria o filme seria o “ex-debilitado” assassino de Camp Crystal Lake correndo atrás dos outros, até porque isso acontece em apenas uma cena.

Seria impossível para qualquer continuação ou reformulação repetir o mesmo sucesso que foi visto em 1980, sendo que o filme foi de baixo orçamento e, se não me engano, quase independente tendo uma aceitação imensa. Betsy Palmer que interpretou a Srª Vorhees achava que se arrependeria profundamente de fazer um papel como aquele e anos depois ela mudou completamente sua visão. Contudo jamais esperei ver o que eu vi.

Jason, em seus filmes, passou de doente a uma espécie de zumbi assassino e, nesse ultimo, acabou virando um deficiente mental. Isso não altera muita coisa na história original e não chega nem perto do “assassinato” cometido ao personagem. Ver o brutal matador usar armadilhas fazendo joguinhos com suas vítimas, isso sim acabou com o Jason que eu conhecia. Ele jamais teria capacidade intelectual para amarrar uma vítima em um saco de dormir pendurando-a sobre uma fogueira enquanto atrai outra para tentar salvá-la e ser presa numa armadilha de urso. O mais espantoso de tudo é vê-lo manejando um arco e flecha, com uma mira perfeita. Isso tudo vai contra a concepção do personagem. Jason é brutal e forte, não inteligente ou ágil, ele mata sem dó e sem pensar estraçalha o que encontra pela frente. Essa era a graça do personagem, esse era o espírito dele.

Nispel, que fez um excelente trabalho com remake de Texas Chainsaw Massacre (O Massacre da Serra Elétrica), que, aliás, merece um post neste Blog, cometeu um grande erro com o novo “Friday the 13th”. Devo acreditar que a culpa maior é dos roteristas Damian Shannon e Mark Swift que parecem ter escrito um roteiro sem pesquisar quase nada dos outros filmes. Parece que ambos nunca viram um dos filmes de Jason na vida. O filme só não é pior que os seus antecessores Jason X e Fred vs. Jason, pois, como um amigo meu disse, “tenta” seguir a linha dos filmes clássicos... Assassinato em serie e Sexo(com direito a uns 4 pares de seios). Jason já foi imortal, mas Shannon, Swift e Nispel conseguiram matar ele de vez e algo me diz que o Jason que eu conheci antes jamais voltará. Quem não é fã pode até gostar desse novo filme, pois irá ver sem esperar o que eu esperava. A solução e passar o fim de semana vendo os seis primeiros e melhores filmes da série.

Remake your mind foi uma idéia que eu tive ontem, sexta feira 13, de fazer um blog comentando remakes, refilmagens, adaptações, continuações, versões alternativas, entre outros sobre diversos tipos de mídias da cultura pop. Principalmente sobre cinema. Quem sabe podem até surgir postagens de trabalhos que mereçam um remake ou adaptação em outras mídias. Pois é, quem disse que uma sexta feira 13 só trás coisas ruins mesmo?

Sei que muitos vão concordar com algumas futuras postagens e outros vão discordar, mas é normal. Cada um tem seu gosto e, no final, nem todos tem bom gosto. Bom, é isso, espero que vocês gostem da idéia e que acompanhem minhas postagens. Devo postar algo hoje mesmo mais tarde. Grato.