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Veronika decide morrer, ou não...

Posted on 21:21 by Die Flux

Paulo coelho é um autor muito elogiado em alguns paises do exterior, ainda assim existe um grande movimento de rejeição às obras dele no seu próprio país. Sua literatura não é bem o meu estilo, mas quando eu soube que Sarah Michelle Gellar iria interpretar a protagonista de um de seus livros no cinema eu resolvi lê-lo enquanto esperava pelo filme (que demorou para sair). Não posso analisar as obras do autor como um todo, mas uma coisa é certa: Veronika decide morrer possui uma mensagem muito forte e acaba mexendo com qualquer tipo de letor.

O filme começa com um monologo pessimista de Veronika sobre um suposto padrão de vida da mulher na sociedade contemporânea enquanto vemos imagens de sua rotina diária. O conjunto disso tudo acaba culminando no ato que inicia de vez a historia: a tentativa de suicidio. Curiosamente no livro tal monologo é feito exatamente após a personagem descobrir que não conseguiu atingir seu objetivo, mas essa adaptação é feita de forma tão impecável que se encaixa de maneira incrível no início.

As coisas mais dificeis em se transformar uma linguagem literária para cinematográfica são as adaptações da descrição e do texto em sí. Um filme costuma ser muito pouco para retratar um livro com muita profundidade. Muito raramente vemos adaptações completamente fieis as obras originais, o que geralmente acontece é a elaboração de um roteiro envolvendo aquilo que se entende com a essência das mesmas.

A história foi recriada de forma bem fiel, pecando apenas em uma modificação desnecessária que acabou acarretando em outras mais. Assim começa uma corrente quase interminavel. Era completamente desnecessário transferir o cenário de Lubljana (Eslovénia) para Nova York (EUA), com isso a falsa desculpa usada por Veronika para o suicidio (um protesto nacionalista) acabou virando algo meio superficial (contestação de uma propaganda relacionando duas cores). Alem disso a trama acaba se centrando mais em Veronika, resumindo por demais ou deixando de lado as historias dos outros personagens, principalmente a de Zedka (que no filme virou Claire). O que é uma pena, pois a vida de cada personagem faz a gente parar para pensar no que é realmente importante na nossa.

Sarah encarnou seu papel com uma grande perfeição, e mesclou a mulher conformada e independente do livro com uma Veronika mais moderna, fazendo a profundidade da mesma crescer gradativamente. Os seus olhares, tão enfocados nas cenas, transparecem emoções, sentimentos e pertubações. A Veronika que trabalha como executiva e não como bibliotecária, mas que, como na obra de Paulo Coelho, acha entender o ciclo da vida na sociedade moderna e ignora o fato de que nem conhece completamente a sí mesma. Jonathan Tucker também faz um Eduard proximo do visto no livro, solitário, melancolico, afogado na mesmice e na auto-alienação. Tudo muda, porém, quando ele conhece Veronika. Ambos começam a descobrir que a vida vai além daquilo que nós podemos compreender, que nós nos abstemos de fazer o que gostamos por simples convenções da sociedade e que para sermos felizes todos nós precisamos ser um pouco loucos. O filme ficou muito bem feito, mas recomendo a quem gostar do filme que leia também o livro.

1 comentários:

Sarah disse...

*-*
Eu não vi o filme ainda, mas dos livros do Paulo Coelho, este e "O Dêmonio e a Srta. Prym" são os meus favoritos.
Eu adoro essa atriz, e eu lembro que o livro realmente me emocionou, espero que o filme tenha um impacto e uma mensagem tão fortes quanto o que o livro me passou.
Espero ver o filme logo.